terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Ler pra quê? Estudar pra quê?




Este artigo foi criado para a Blogagem Coletiva ” Blogosfera contra o Analfabetismo
Estamos fora do Brasil há alguns anos e, portanto, não temos acompanhado muito bem como andam os índices de alfabetização do país.
Quando fomos convidados por Georgia e por Meire  a participar dessa blogagem coletiva,  (O que podemos fazer contra o Analfabetismo no Brasil?  ), tínhamos duas opções: Correr atrás do máximo de informações para criar um texto atualizado, ou então, criar um texto com nossas lembranças de quase uma década atrás.Optamos pela segunda alternativa, pois nos pareceu uma boa forma de tentar mostrar que a situação pouco deve ter mudado, ou ainda, pode ter até piorado.
Se considerarmos como alfabetizadas as pessoas que aprendem a “desenhar” o próprio nome e mais um punhado de palavras, pode ser que o cenário tenha melhorado no nosso país tenha melhorado.Mas, a questão crucial, é a seguinte: O que é saber ler?
Mais importante do que saber que determinadas letras, numa determinada ordem, produzem um determinado som, é saber que determinadas palavras, numa determinada ordem, produzem um determinado sentido.
Em outras palavras: Ler e não entender o que está escrito não tem utilidade alguma.E olha que estamos dizendo isso com conhecimento de causa, pois isso nos acontece algumas vezes aqui no Japão.Apesar de ser uma situação um pouco diferente.
Um fator agravante é que boa parte da nova geração de pais parece não dar importância ao fato de que seus filhos não têm a melhor idéia do significado daquilo que acabaram de ler, ou até mesmo, não ter a menor noção de que isso está ocorrendo.
A educação no Brasil está em ruínas, como nunca deixou de estar.A quantidade de jovens e adultos que não têm a mínima compreensão de um texto aumenta cada vez mais.E o vocabulário das pessoas está se tornando muito limitado.
Quando estivemos no Brasil, por um mês, no ano passado, tivemos a impressão (podemos estar enganados) de que a televisão e outros meios de comunicação estão se adaptando a esses novos tempos.Pode parecer bobagem, mas estranhei bastante, o Jornal Nacional e o Bom Dia Brasil estarem empregando sempre a palavra “bandidos” em lugar de “criminosos”, em sua notícias. Exagero? Talvez, mas notamos uma certa mudança no uso das palavras nos telejornais.Ficou tudo “popular” demais.
Outra coisa que nos chamou a atenção foi que estivemos em pelo menos duas cidades com população de mais ou menos 50.000 habitantes, que não havia livraria alguma.Numa delas, chegaram até a nos indicar a banca da praça, que era a maior.Na outra falaram que abrir livraria não compensa, pois livro não vende.
Sinceramente, não acho que isso seja culpa das livrarias virtuais, o que não há mesmo é gente interessada em ler.Lastimável!
Gostaria de terminar este texto esperançoso de que a situação irá melhorar, mas não encontro motivos para pensar assim.Continuando do jeito que está, temo a chegada de um 18 de Abril em que faremos um minuto de silêncio pela “morte” do livro no Brasil.
Conversamos bastante sobre o tema da educação no Brasil aqui em casa, afinal, é onde provavelmente vamos criar nosso filho e achamos que o melhor que podemos fazer, é tentar ensinar aos pequenos o valor da leitura.Movimentos e campanhas já não estão adiantando, pois a boa parte da população parece não se importar mais com isso.
Leitura é só um exemplo de coisas importantes que não usam mais, afinal estudar pra quê?
Neste texto tentamos mostrar algumas coisas que só enxergamos quando vemos nosso país de fora.Obrigado aos que acompanharam até o final.
As charges do texto são do ilustríssimo Roque Sponhoz, deixo aqui o convite para vocês visitarem sua galeria, que com bom humor ilustra a verdadeira situação brasileira.
“Brasileiros tem o segundo maior índice de analfabetismo da América do Sul”
Qual será o futuro de um país, onde a educação está relegada ou terceiro, quarto, quinto… pl

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